domingo, 27 de setembro de 2009

Últimas informações

+ As inscrições podem ser feitas até o dia 29/09

+ O texto para ser debatido no primeiro encontro já se encontra disponível na copiadora da instituição


Grupo de Estudos sobre a obra Império (A. Negri e M. Hardt).

O Grupo de Estudos Nômades (GEN) convida todos para participar do grupo de discussão sobre a obra Império de Antônio Negri e Michael Hardt. O GEN encontra-se no terceiro semestre de seu funcionamento e já se dedicou a estudar trabalhos de Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari.
Informações:
- Início: 30/09 (encontros quinzenais).
- Carga Horária: 20hs
- Organização: Davis M. Alvim e Murilo Esteves Jr.
- Local: Faculdade Cesat (Jd. Limoeiro – Serra ES)
- Telefone: 3041 7072 (Coord. de História e Ciência Política).
http://www.cesat.br/

quinta-feira, 3 de setembro de 2009



Poucas coisas que sei sobre Biocapitalismo.

Murilo Esteves Junior



Primeiramente gostaria de esclarecer que o filme a ilha não tem nada a ver com o livro a ilha de Aldous Leonard Huxley, como sou amante de Huxley aluguei o filme achando que tivesse algo parecido. Na verdade existem certas coincidências do filme com o livro Admirável Mundo Novo.



Gostaria aqui de apresentar um problema que muitas vezes não fica claro, e num segundo momento usando uma técnica “distópica” ou sendo um pouco anacrônico “Praemeditatio Maloroum”, que nada mais é no que pensar numa possibilidade das coisas atuais chegarem a pontos “piores”. É difícil emitir juízos de valor, mas acredito que se omitir e apenas ver as transformações da sociedade também não seja uma das melhores opções.



No filme a ilha as pessoas vivem num abrigo subterrâneo, pois querem escapar de uma contaminação que atingiu grande parte do globo terrestre, sendo que existe apenas um local no mundo que se pode viver na superfície: a própria ilha. O que esses moradores subterrâneos não sabem é que na verdade não passam de clones e que são meras peças de estoque para outros humanos que vivem na superfície terrestre onde a contaminação de fato não aconteceu.“O filme é de ficção é claro que possui suas licenças poéticas e absurdas”.



A clonagem humana ainda não foi realizada legalmente e no filme parece ser um processo muito simples.A principio parece bem claro o que quero propor: biocapitalismo é a fabricação de clones para serem “apólices de seguro”. Então vocês argumentarão que isso ainda não acontece e que talvez eu seja apenas um paranóico. Então pretendo entrar numa questão mais atual e que realmente está acontecendo em algumas partes do globo.



Algumas empresas já estão adotando o mapeamento genético como um dos exames necessários para a contratação de funcionários. Qual a importância disso? Detectar “falhas”genéticas vejam bem. Se duas pessoas concorrem a uma vaga e possuem as mesmas habilidades e mesmo currículos provavelmente o que causara menos custos ao plano de saúde da empresa será contratado.Dentro dessa situação vejo duas possibilidades de analise: a primeira seria a de que vivemos em uma sociedade de controle, a sociedade informacional. Muitas empresas nos monitoram a fim de descobrir mais dados sobre nós, nosso gene é uma de nossas bio-riquezas e acredito então ser positivo quem tenhamos algum direito a privacidade de nossos próprios dados.



O segundo problema é apresentado juntamente com a sociedade de controle, e o controle das informações genéticas. É difícil assumir, a maioria de nós ainda tem vergonha do fascismo histórico, europeu que ocorreu no entre guerras e durante a segunda guerra, mais difícil e ridículo de aceitar são os movimentos neofascistas e neonazistas que vemos nas televisões, em web sites ou em nossas próprias cidades. Porem existe um fascismo, um biocapitalismo fascistas a nossa volta. Um biocapitalismo que pretende criar uma “raça pura”, uma forma de homogeneizar, ou como diria Negri em seu Abecedário Biopolítico criar uma eugenia, acabar com a hibridização.



Num momento pós moderno, onde acreditamos na hibridização cultural, espacial, no trabalho e em tantos outros campos temos que abrir nossas percepções para problemas como esses.O biocapitalismo pode ser analisado também como os biopiratas, cientistas que “roubam” a riqueza biológica de outros países e detém seus direitos.Fico me perguntando às vezes se para fazer filhos daqui a alguns anos teremos que pagar direitos autorais pelos seus genes, pois algumas pesquisas procuram o “adão cientifico” já que muitos dos traços genéticos de nós humanos são parecidos.E se realmente esse controle genético de fato acontecer fico me perguntando como poderíamos nos relacionar com outras pessoas. Os genes em geral seriam muito parecidos, teríamos muitos gêmeos, irmão, mães e pais a solta. E se gostássemos de uma garota e ela tiver o DNA de nossa mãe? Então o capitalismo controlará até mesmo nossas relações amorosas através do DNA.



Um filme que de fato mostra essa exclusão que o biocapitalismo pode gerar se chama CÓDIGO 46.Ter um determinado gene pode significar ter acesso ou não dentro da sociedade de controle. A ciência é nosso golem.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Império pós-moderno, imperialismo moderno. (visões de um mundo contemporâneo)

Murilo Esteves Junior
Parece-me ser uma duvida comum a confusão de Império e Imperialismo quando se tem o primeiro contato com Negri e Hardt. É preciso entender que o conceito de Império é uma nova forma de analisar a política global contemporânea, por isso o conceito moderno (entendemos por moderno o período que vai de 1500 a 1945) de imperialismo não cabe mais as analises é um conceito frouxo que pode explicar apenas em partes ou em parte nenhum a situação em que vivemos.
A fim de esclarecer essa confusão faremos uma cartografia a fim de facilitar a diferenciação entre os dois períodos e seus conceitos.A modernidade esta intrinsecamente ligada a modernidade. A modernidade em si é o espaço da sociedade disciplinar, da rigidez, da solidez. Da Hegemonia do Estado-nação sobre a população e a economia de seu território. Na modernidade existiam “centros” de comando e áreas bem delimitadas para que esses centros pudessem agir. É assim que funciona o próprio sistema imperialista, um País Europeu domina um país da America do sul ou da África. Fica claro que o conceito de imperialismo serve a essa temporalidade então.
Já a pós-modernidade toma contornos completamente diferentes. É um espaço fluido que engolfa todo a globo terrestre. Os centros de comando não existem mais, as ordens vêm de todos os lugares, vem do virtual existe então um não-lugar de comando. A rigidez, a solidez foi substituída pelo controle e pela fluidez, não se precisa mais deixar o individuo ou o capital preso numa instituição disciplinar, agora se controla o fluxo, vive-se em locais abertos mais quase sempre monitorados.O Império domina o globo, opera nele por completo.
Na modernidade como vimos existiam espaços bem delimitados para que os Estados-nação agissem, agora na pós-modernidade o enfraquecimento dos Estados-nação mostra a sua incapacidade de governar a nova carne da multidão. Por outro lado vemos a globalização da economia. Quem controla esses fluxos globais de mão de obra, de capital, bolsa de valores... São as grandes corporações que controlam esses fluxos.
Negri e Hardt São bem claros ao afirmar “A transição para o Império surge no crepúsculo da soberania moderna. Em contraste com o imperialismo, o Império não estabelece um centro territorial de poder, nem se baseia em fronteiras ou barreiras fixas. É um aparelho de descentralização e desterritorialização do geral que incorpora gradualmente o mundo inteiro dentro de suas fronteiras abertas e em expansão. O Império administra entidades híbridas, hierarquias flexíveis e permutas plurais por meio de estruturas de comando reguladoras. As distintas cores nacionais do mapa imperialista do mundo se uniram e mesclaram, num arco-íris imperial global.”

domingo, 16 de agosto de 2009




Coisas que nem sempre podemos ver. O Império a nossa frente.

Murilo Esteves Junior

Negri e Hardt são afirmativos “o império está se materializando diante de nossos olhos”. Existe uma mudança clara nas tecnologias de poder, a forma de organizar o mundo e a supremacia. Os sintomas podem ser visto através de alguns fatos históricos. O fim do imperialismo, a queda do bloco da união soviética e os fluxos de troca comerciais e culturais a qual chamamos de globalização, esse é um processo irresistível e irreversível que ajuda a aumentar ainda mais o abismo das diferenças. A globalização sem duvida é um processo de mistura, de miscigenação e hibridização em muitos campos, mas a globalização como nós a conhecemos hoje, está sendo utilizada apenas a favor de poucos, que se beneficiam com a sua mobilidade global. A possibilidade de mobilidade, de descentralização e de deslocamento dá a vantagem para alguns, que estão o tempo todo em todos os lugares no globo e não estão em local nenhum ao mesmo tempo.
Traçando uma cartografia do mundo contemporâneo podemos expor algumas características:
A produção capitalista global está cada vez mais livre e nas mãos de alguns homens que não precisam mais respeitar as leis de Estados-nação, pois suas empresas são globais. Suas indústrias podem estar localizadas nas regiões onde a mão de obra existe em abundância e baixo custo, seus centros de tecnologias estão perto das universidades e redes de relacionamentos de produção imaterial, mas não existe duvida de que seus produtos estão espalhados por todo o globo.
A “direita” grita em alto e bom som uma vitória, um som que a muito estava sendo abafado pelo Estado e pelos sindicatos. O mercado finalmente sofre pouca distorção do Estado, o mercado se auto-regula.
A soberania do Estado-nação está sofrendo ataques, e a cada dia que passamos podemos perceber o seu enfraquecimento de decisão perto das grandes corporações econômicas.
Parece-nos então que é uma vitoria do capitalismo e que não existem mais espaços para uma resistência.
As produções e fluxos são globais, a soberania do Estado não é capaz de regular nem controlar esses elementos, as coisas parecem estar fora de controle. Mas só porque a soberania do Estado declina não quer dizer que ela não exista, na verdade presenciamos o crescimento de uma nova soberania. Essa nova forma de soberania mistura elementos nacionais e supranacionais e é a isso que Negri e Hardt denominam como Império.

Videos do Segundo Fórum de Mídia Livre em Vitória.

Ontem dia 15/08/2009 (sábado) rolou o II FML, pela manha: oficinas, pela tarde: desconferencia. que não pode ir ta rolando na internet uns videos, então confiram o link:

http://pt-br.justin.tv/forummidialivre


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

II Fórum de Mídia Livre


O II Fórum Mídia Livre ocorrerá em Vitória nos dias 13 a 15 de novembro. Até lá midialivristas capixabas irão percorrer o estado, do Sul ao Norte, para divulgar o evento, através do Seminário Aberto Itinerante "Nós Somos a Mídia".


A caravana midialivrista capixaba começa na capital, na Universidade Federal do Espírito Santo. E todos estão convidados a participar. Inscreva-se.


"Nós somos a Mídia"

Seminário Aberto Itinerante

rumo ao II Fórum de Mídia Livre

15 de agosto - 9h às 18h
Núcleo de Multimeios (Bob Esponja) - Centro de Artes - Ufes


Programação

9h – Abertura

9h30 – Oficinas de Mídia Livre


1) PodCasts – ou Faça sua Própria Rádio

Oficineiros: Marcelo Daigo, Yuri Santos e Osvaldo Oleare

Resumo: participantes produzem dois podcasts para a Rádio Mídia Livre. O objetivo é aprender técnicas de produção e divulgação de podcasts.

Vagas: 15 pessoas


2) Blogs e Comunicação Institucional

Oficineiros: Thalles Waichert e Fábio Malini

Resumo: participantes produzem textos para diferentes gêneros de blogs. O objetivo é mostrar como uma organização/movimento pode mobilizar diferentes públicos em torno dessa mídia social.

Vagas: 20 pessoas


3) Criação de Mashups em Áudio - ESGOTADA

Oficineiros: Murilo Esteves

Resumo: participantes vão produzir mashups em áudio, um dos gêneros de mais rápida circulação na web. Mashup é uma técnica musical que consiste em mixar vários samples de musicas diversas e através de algumas modificações formar uma nova musica. Dentro dessa problemática é possível abordar temas como direitos autorais, sample, morte dos autores e copyleft. A oficina de mashup pretende ser um espaço de junção crítica teórica e prática na construção de musica “comum”.

Vagas: 10 pessoas


4) Estratégias de Comunicação em Mídia Social, ênfase no Twitter - ESGOTADA

Oficineiro: Júlio Valentim

Resumo: Você sabe se comunicar em mídias sociais na internet? Então a idéia é socializar técnicas de guerrilha de informação em redes sociais, principalmente o Twitter. Hoje a mídia de massa é fixação. Informação é na internet. Então o objetivo é mostrar como produzir visibilidade da sua informação em rede.

Vagas: 15 pessoas


5) Fotografia – Ligth Painting - ESGOTADA

Oficineiros: Izais Buson e Thiago Coutinho
Resumo: A técnica fotográfica Light Painting (Pintando com luz) consiste em fazer fotografias com longa exposição e usar os deslocamentos da luz para inscrever desenhos na imagem. A oficina permite aos participantes o contato com uma técnica experimental de fotografia e demonstra como pode ser feita a manipulação da imagem sem o uso de programas de pós-produção.

Após a produção das fotografias, haverá uma seleção e as principais imagens que dialoguem com a causa midialivrista serão publicados no blog do evento.

Vagas: 7 pessoas


14h às 18hDesconferência “Nós somos a mídia! Debate sobre estado da mídia e da cultura no Espírito Santo.Sem muros de lamentação. Resistir é criar. O Barcamp "nós somos a mídia" visa discutir o estado da mídia e da cultura no Espírito Santo. Quais são as possibilidades e as limitação para a criação de mídias hoje no Espírito Santo? Há modelos de negócio para o empreendedorismo em mídia livre? Recombinar ou remixar é violar direito autoral? Como os processos de colaboração e compartilhamento geram novas linguagens de mídia? Essas e outras questões serão discutidas na desconferência.