quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

formas de resistências [2]



"Pancho Villa precisou inventar um método completamente original de guerrear. (...) Ele nada sabia dos padrões europeus de estratégia e disciplina. (...) Quando seu exército entra em campo, Villa não se sente tolhido por saudações ou formas rígidas de respeito aos oficiais. (...) Parece o estropiado exército republicano que Napoleão conduziu à Itália" (John Reed apud Negri e Hardt)


Bem, a multidão, talvez, possa inventar ou reiventar inconscientemente tudo que aparentemente possa ser facilmente engolido pelos poderes glocais, soberanos, etc. resistir é a palavra da vez na qual a produção imaterial deve quem sabe se juntar.
Penso que para definirmos resistência, devemos primeiro pensar no cenário de batalha ou guerra, pois as lutas não se dão por natureza pura e simplesmente e sim por causa da existência de poder. Um não vive sem o outro. A resitência é primordial em matéria de poder.

O cenário atual é de guerra global, porém uma guerra sem fronteiras delimitadas, sem espaços pré-fixados, sem estratégias de batalhas de front e etc, a guerra atual é contra conceitos. O terrorismo é um exemplo de algo que todos falam, pensam e acabam achando que se manifesta pelos malucos muçulmanos. No entanto, o terror dito pelos ocidentais é quase sempre produzido e manifestado nas publicidades, no markenting, nas transmissões de ideologias dominantes.

Há quem acredite que o conflito global surge da interação da nova tecnologia com divisões religiosas e étnicas antiquíssimas, mistura cuja volatilidade é aumentada pela maior competição pelos recursos naturais. Porém, as ideologias cooperantes dessas crenças são as mesmas que se colocam em locais de vítimas dessa guerra global.
Resistir, portanto, se torna o centro da ação. Resistir à guerra e buscar a paz se torna para a multidão, uma necessidade, um busca pela liberdade.

Criar uma guerra contra a guerra, essa pode ser uma saída. Produzir imaterialmente talvez possa ser também guerrear contra os conflitos pré-fabricados pelos poderes soberanos. Destruir o regime de violência que o Império instaura a todo momento é a carne da multidão. A busca pela democracia da multidão é quebrar com a base que suportam as desigualdades e as opressões das pessoas.
Ya basta!

Rafael Drumond
www.twitter.com/rafadrumon

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