quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010



Democracia Representativa? Representa Quem?

Bruno Lemos


Democracia: governo pelos cidadãos. Parece uma definição clara, mas ao longo dos anos tem sido entendida de muitas maneiras diferentes. Hoje em dia muitos países proclamam-se Democratas. A maior parte pode ser definida como Democracias Representativas, nas quais os cidadãos são chamados a atos eleitorais regulares onde escolhem livremente os seus representantes. Esta, por sua vez, tem como um dos seus deveres zelarem para que o órgão executivo, o governo exerça as suas funções de acordo com os interesses dos cidadãos. Como qualquer sistema político, a Democracia Representativa deve ser avaliada pelo que tem sido a sua aplicação na prática. Será que sob este sistema o governo tem sido dos cidadãos, e para os cidadãos? A resposta é, infelizmente, não.
Constantemente somos informados pela mídia a respeito dos nossos “representantes políticos’ a respeito do uso do estado para seu beneficio próprio, mas apesar de todos nós sabermos que maioria dos políticos não realiza sua função corretamente, a questão da política representativa vai muito mais além do que a maioria das pessoas imagina.
A política de representatividade conhecida mundialmente por fazer o povo participar ativamente da política, não se aplica no caso do Brasil, os nossos representantes aprovam leis inúteis que na maioria das vezes atende as demandas de uma minoria, usufruem do poder estatal como, por exemplo, recentemente descoberto que os políticos de Brasília usavam recurso federal para patrocinar viagens de seus familiares e inclusive viagens pessoais.
Com essas atitudes os ditos representantes dos cidadãos, além de não refletirem sobre a melhor forma de representar a sociedade, sistematicamente isentam-se das suas responsabilidades de iniciativa legislativa e de fiscalização da atividade governativa. A única solução para que realmente de fato a democracia possa acontecer é devolver o poder de forma permanente para o povo. Mas infelizmente em nossos dias atuais que a maioria dos países mundo são extremamente capitalistas, fica muito mais difícil o povo ficar a cargo de controlar a política de um país, mas ainda existem outros mecanismos para fazer os cidadãos participarem mais ativamente das decisões do governo, o que me refiro é a democracia direta.
A democracia direta é uma forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomada de decisões do governo de seus respectivos países, exemplo dessa forma de governo é suíça onde todas as decisões tomadas pelo governo são através de plebiscito onde os eleitores decidem a aprovação, e a participação do povo não fica apenas em votar em plebiscitos, qualquer cidadão pode redigir leis e até mesmo participar modificando a constituição, que passam pelo mesmo processo de votação.
A democracia direta já demonstrou sua eficiência, o que falta para ser implantada no Brasil e nos países da America latina é o povo deixar de ser um agente passivo dos mandos e desmandos dos nossos políticos que nos “representam” e passar a expressar seu descontentamento através dos meios cabíveis, principalmente pelas urnas e pela mídia, mas o mais importante é não deixar que a política de nosso país não se afunde mais ainda do que está.

Um comentário:

  1. brunera,

    a questão da democracia representativa já foi amplamente discutida e sempre chegamos ao consenso de que representa uma minoria, um povo talvez e não a multidão. a multidão em si é um monstro sendo impossivel de ser representado.

    a propria democracia participativa tambem enfrenta seus problemas, os horarios de votação por exemplo não permite que todos possam votar, e os que esão no trabalho? nas escolas e em outras atividade? são pessoas que não tem empo para se dispor a vida politica. vc vai falar de internet mas nem todos tem acesso certo? principalmente num pais como o nosso.

    cabe a multidão fugir da democracia e tentar novas formas de governo, autonomia local, alianças bairristas, o EZLN é uma mostra disso, só não podemos pensar na formação de um gueto, temos sempre que fugir no gueto. é uma alternativa local que representa o global, tendo assim efeitos Glocais.

    agora como montar isso? pra onde fugir? só o tempo e a multidão construirão seus caminhos nomades.

    ficou fodarastico o artigo, e vc finalmente postou.

    abs

    Murilo

    ResponderExcluir